Jornal Voz de Nazaré - Edição de 22 a 28 de julho de 2011
Corria o século III, durante uma das grandes perseguições que marcaram a história da Igreja, sob o Imperador Valeriano, no ano 258.
São Lourenço, como primeiro dos Diáconos, tinha grande amizade com o Papa São Sisto II. Vendo o Papa e outros seus irmãos diáconos levados ao martírio, exclamou diante do povo: "Ó pai, aonde vais sem o teu filho? Tu que jamais ofereceste o sacrifício sem a assistência do teu Diácono, vais agora sem ele para o martírio?". E o Papa respondeu: "Mais uns dias e te aguarda uma coroa mais bonita!" Lourenço era responsável pela administração dos bens e o prefeito local exigiu-lhe os tesouros da Igreja. O santo Diácono pediu um prazo, o suficiente para reunir os órfãos, os cegos, os coxos, as viúvas, os idosos, todos os que a Igreja socorria. Com bom humor apresentou-lhes à autoridade civil: "Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte". Sentindo-se enganado, o prefeito sujeitou o santo a diversos tormentos, até colocá-lo sobre um braseiro ardente. São Leão Magno assim comentava seu martírio: "As chamas não puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que queimava por fora foi mais fraco do que aquele que lhe ardia por dentro".
À Igreja de Cristo foi concedida a graça, segundo as circunstâncias de cada época histórica, de ser no mundo guardiã e testemunha da caridade. Já nos Atos dos Apóstolos, uma das características das primeiras comunidades era a partilha e a comunhão dos bens. O Apóstolo São Paulo organizou a primeira coleta em favor da Comunidade de Jerusalém, envolvendo nela as demais Comunidades. E foram muitos os santos e santas que brilharam como mestres e exemplos do serviço aos mais pobres e sofredores. Há alguns dias celebrou-se a memória de São Camilo de Lellis, considerado padroeiro dos doentes e dos profissionais da saúde.
Muitos outros expressaram em gestos concretos a convicção da presença de Cristo nos mais sofredores, indo ao encontro de todos. Junto com tantas outras obras de caridade da Arquidiocese de Belém, resplandece o conjunto de atenção à saúde hoje confiado à Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência, em Marituba, visitado pelo Beato João Paulo II, no ano de 1980. Ali, o tesouro da Igreja, representado pelos hansenianos, tornou-se referência para a atenção à saúde, onde, ao lado deles muitos outros enfermos são tratados com a dignidade que lhes é própria. Vale a pena comprometer-se com esta e outras ações de promoção humana e de resgate de pessoas e famílias. Entre nós, a Cáritas Arquidiocesana de Belém, com seus diversos núcleos, quer testemunhar as ações caritativas e envolver a todos em sua prática.
A Arquidiocese de Belém e a Diocese de Castanhal acolheram nestes dias a realização da reunião anual do Conselho Administrativo da Fundação Populorum Progressio, do qual faço parte desde 1998, testemunhando em diversos países e situações a presença caritativa da Igreja Católica. Querida por Paulo VI, constituída pelo Beato João Paulo II e conduzida hoje pelo atual sucessor de Pedro, Bento XVI, a Fundação é uma das expressões do Pontifício Conselho "Cor Unum", presidido pelo Cardeal Robert Sarah, originário da Guiné Conakry, que nos visitou junto com outros membros do mesmo Conselho. Foram estudados duzentos e dezesseis projetos de assistência social, promoção humana e desenvolvimento, aos quais a Igreja quer responder de forma concreta. Uma das fontes para a aplicação em tais projetos é a coleta realizada cada ano, Óbolo de São Pedro, na festa a ele dedicada.
Existe também a "Fundação João Paulo II para o Sahel", criada por João Paulo II após sua primeira visita à África, quando pode constatar de perto a "tragédia" da qual são vítimas as pessoas afetadas pela seca e pela desertificação. O Sahel é a região da África situada entre o deserto do Saara e as terras mais férteis ao sul daquele continente.
"Cor Unum" é o organismo do Vaticano encarregado da caridade. Além dos projetos que chegam às Fundações Populorum Progressio e Sahel, atende anualmente cerca de sessenta situações de urgência e emergência, como terremotos, enchentes e outras que gritam pela resposta da caridade, na qual cabe aos cristãos dar o primeiro passo.
Buscando a pérola preciosa do Reino e encontrando nele o tesouro precioso (Mt 13, 44-52), os cristãos hão de ser no mundo testemunhas ardentes do amor a Deus e ao próximo.
Corria o século III, durante uma das grandes perseguições que marcaram a história da Igreja, sob o Imperador Valeriano, no ano 258.
São Lourenço, como primeiro dos Diáconos, tinha grande amizade com o Papa São Sisto II. Vendo o Papa e outros seus irmãos diáconos levados ao martírio, exclamou diante do povo: "Ó pai, aonde vais sem o teu filho? Tu que jamais ofereceste o sacrifício sem a assistência do teu Diácono, vais agora sem ele para o martírio?". E o Papa respondeu: "Mais uns dias e te aguarda uma coroa mais bonita!" Lourenço era responsável pela administração dos bens e o prefeito local exigiu-lhe os tesouros da Igreja. O santo Diácono pediu um prazo, o suficiente para reunir os órfãos, os cegos, os coxos, as viúvas, os idosos, todos os que a Igreja socorria. Com bom humor apresentou-lhes à autoridade civil: "Eis aqui os nossos tesouros, que nunca diminuem, e podem ser encontrados em toda parte". Sentindo-se enganado, o prefeito sujeitou o santo a diversos tormentos, até colocá-lo sobre um braseiro ardente. São Leão Magno assim comentava seu martírio: "As chamas não puderam vencer a caridade de Cristo; e o fogo que queimava por fora foi mais fraco do que aquele que lhe ardia por dentro".
À Igreja de Cristo foi concedida a graça, segundo as circunstâncias de cada época histórica, de ser no mundo guardiã e testemunha da caridade. Já nos Atos dos Apóstolos, uma das características das primeiras comunidades era a partilha e a comunhão dos bens. O Apóstolo São Paulo organizou a primeira coleta em favor da Comunidade de Jerusalém, envolvendo nela as demais Comunidades. E foram muitos os santos e santas que brilharam como mestres e exemplos do serviço aos mais pobres e sofredores. Há alguns dias celebrou-se a memória de São Camilo de Lellis, considerado padroeiro dos doentes e dos profissionais da saúde.
Muitos outros expressaram em gestos concretos a convicção da presença de Cristo nos mais sofredores, indo ao encontro de todos. Junto com tantas outras obras de caridade da Arquidiocese de Belém, resplandece o conjunto de atenção à saúde hoje confiado à Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência, em Marituba, visitado pelo Beato João Paulo II, no ano de 1980. Ali, o tesouro da Igreja, representado pelos hansenianos, tornou-se referência para a atenção à saúde, onde, ao lado deles muitos outros enfermos são tratados com a dignidade que lhes é própria. Vale a pena comprometer-se com esta e outras ações de promoção humana e de resgate de pessoas e famílias. Entre nós, a Cáritas Arquidiocesana de Belém, com seus diversos núcleos, quer testemunhar as ações caritativas e envolver a todos em sua prática.
A Arquidiocese de Belém e a Diocese de Castanhal acolheram nestes dias a realização da reunião anual do Conselho Administrativo da Fundação Populorum Progressio, do qual faço parte desde 1998, testemunhando em diversos países e situações a presença caritativa da Igreja Católica. Querida por Paulo VI, constituída pelo Beato João Paulo II e conduzida hoje pelo atual sucessor de Pedro, Bento XVI, a Fundação é uma das expressões do Pontifício Conselho "Cor Unum", presidido pelo Cardeal Robert Sarah, originário da Guiné Conakry, que nos visitou junto com outros membros do mesmo Conselho. Foram estudados duzentos e dezesseis projetos de assistência social, promoção humana e desenvolvimento, aos quais a Igreja quer responder de forma concreta. Uma das fontes para a aplicação em tais projetos é a coleta realizada cada ano, Óbolo de São Pedro, na festa a ele dedicada.
Existe também a "Fundação João Paulo II para o Sahel", criada por João Paulo II após sua primeira visita à África, quando pode constatar de perto a "tragédia" da qual são vítimas as pessoas afetadas pela seca e pela desertificação. O Sahel é a região da África situada entre o deserto do Saara e as terras mais férteis ao sul daquele continente.
"Cor Unum" é o organismo do Vaticano encarregado da caridade. Além dos projetos que chegam às Fundações Populorum Progressio e Sahel, atende anualmente cerca de sessenta situações de urgência e emergência, como terremotos, enchentes e outras que gritam pela resposta da caridade, na qual cabe aos cristãos dar o primeiro passo.
Buscando a pérola preciosa do Reino e encontrando nele o tesouro precioso (Mt 13, 44-52), os cristãos hão de ser no mundo testemunhas ardentes do amor a Deus e ao próximo.
Comentários
Postar um comentário