Jornal Voz de Nazaré - Edição de 21 a 27 de outubro de 2011
Na Romaria das crianças, realizada dentro da magnífica e rica realidade pastoral chamada Círio de Nazaré, um casal se aproximou solícito, pedindo a bênção para o filhinho que, enfermo, erguia as mãos e olhava suplicante. No meio da multidão, não se tratava de um "mãos ao alto", mas "mãos para o alto", erguer as mãos para a oração, como o conhecido ícone da "Virgem Orante", que expressa uma característica importantíssima de Maria, Mãe de Deus e nossa. Não é difícil imaginar a cena da Anunciação do Anjo, que o filme "Jesus de Nazaré" retratou apenas como silêncio contemplativo, no qual o olhar e o movimento das mãos e dos braços pronunciavam as palavras do diálogo conhecido de todos, quando a humanidade dizia, em Maria, "faça-se em mim segundo a tua palavra", abrindo-se para que, em seu ventre virginal, o Verbo se fizesse carne. Pouco depois, irrompia na casa de Isabel e Zacarias o cântico daquela que é bem-aventurada por ter acreditado, o Magnificat. Só de começar a cantá-lo, erguem-se os corações e os braços, tamanha a riqueza de conteúdo bíblico e de compreensão profética da realidade humana, explosão de sabedoria nos lábios de uma jovem formada na escola da oração, própria dos pobres de Javé.
Moisés, de mãos erguidas e sustentado pelos braços por dois homens (Ex 17, 8-12), manteve-se em oração durante toda uma jornada. A vitória para o povo de Deus veio da perseverança na oração. Sempre chamados à oração, diálogo com Deus, todas as suas necessidades foram apresentadas ao Senhor, mesmo sendo muitas vezes um povo contumaz em seus pecados, cabeças duras a serem continuamente alertadas pelos profetas, enviados para endireitar os caminhos, apontando para a vontade de Deus e alimentando a esperança da chegada do Messias.
O Apóstolo São Paulo, que não cessava de orar pelas suas comunidades (Cf. Cl 1, 9-13), recomendava a erguer mãos santas, sem ira nem contenda, fazendo súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por todas as pessoas, pelos reis e pelas autoridades em geral, em vista de uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e dignidade, coisa boa e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele sabia que Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. A todos fazia voltar os olhos para aquele que é o único mediador entre Deus e a humanidade: o homem Cristo Jesus (Cf. I Tm 2, 1-8).
No correr dos séculos, também o povo do novo Israel de Deus, conquistado no mistério pascal de Jesus Cristo, continua chamado à oração. No tempo que é nosso, aqui em Belém do Pará, vivemos uma oportunidade inigualável para o aprendizado da oração. Vi muitas mãos erguidas, abençoei em nome do Senhor mãos calejadas pelo trabalho, mãos suplicantes de detentos que as estendiam por entre as grades das prisões. A linguagem eloquente das mãos gritava junto da corda do Círio, ou exultava no final dos esforços feitos, sabe Deus com quantas promessas escondidas ou agradecimentos que ficarão no segredo dos corações.
Durante o Círio, lembrei-me de uma versão livre do Salmo 64, que soa assim: "Vou cantar, entoar um canto novo, vou sair, chamar o povo pra louvar, aleluia! Assim toda criatura: nossa terra, sol e lua vão louvar e cantar. Se alguém te louva em silêncio, tu acolhes, ó Senhor, sua oração. Se alguém entoa um canto novo, tu acolhes, ó Senhor, sua canção. É feliz quem em ti fez a morada, vida nova, outra casa pra ficar, aleluia! Tu preparas mesa farta e alimentas pra jornada dando amor, luz e paz. O nascer de uma aurora radiante vai dourando a cada instante os trigais, aleluia! E os pequenos e sofridos, nos teus braços acolhidos, vão louvar e cantar."
Nossa Igreja quer ser como os dois homens que sustentaram Moisés em oração, dizendo a todos os que clamam do mais profundo de suas angústias que a oração vale e chega ao coração de Deus! Com os mais diversos grupos de Igreja que entraram na escola da Oração, como o Apostolado da Oração, a Renovação Carismática Católica e a surpreendente e promissora novidade dos últimos anos chamada Grupo de Oração do Terço dos Homens, ao lado de outras realidades igualmente orantes de nossa Igreja, queremos assumir o compromisso da intercessão recomendada por São Paulo, rezando uns pelos outros, não só no Círio, mas continua e incessantemente. E com a Virgem orante de Nazaré, queremos dar graças continuamente ao Pai do Céu, por Cristo, nosso Senhor e Salvador.
Na Romaria das crianças, realizada dentro da magnífica e rica realidade pastoral chamada Círio de Nazaré, um casal se aproximou solícito, pedindo a bênção para o filhinho que, enfermo, erguia as mãos e olhava suplicante. No meio da multidão, não se tratava de um "mãos ao alto", mas "mãos para o alto", erguer as mãos para a oração, como o conhecido ícone da "Virgem Orante", que expressa uma característica importantíssima de Maria, Mãe de Deus e nossa. Não é difícil imaginar a cena da Anunciação do Anjo, que o filme "Jesus de Nazaré" retratou apenas como silêncio contemplativo, no qual o olhar e o movimento das mãos e dos braços pronunciavam as palavras do diálogo conhecido de todos, quando a humanidade dizia, em Maria, "faça-se em mim segundo a tua palavra", abrindo-se para que, em seu ventre virginal, o Verbo se fizesse carne. Pouco depois, irrompia na casa de Isabel e Zacarias o cântico daquela que é bem-aventurada por ter acreditado, o Magnificat. Só de começar a cantá-lo, erguem-se os corações e os braços, tamanha a riqueza de conteúdo bíblico e de compreensão profética da realidade humana, explosão de sabedoria nos lábios de uma jovem formada na escola da oração, própria dos pobres de Javé.
Moisés, de mãos erguidas e sustentado pelos braços por dois homens (Ex 17, 8-12), manteve-se em oração durante toda uma jornada. A vitória para o povo de Deus veio da perseverança na oração. Sempre chamados à oração, diálogo com Deus, todas as suas necessidades foram apresentadas ao Senhor, mesmo sendo muitas vezes um povo contumaz em seus pecados, cabeças duras a serem continuamente alertadas pelos profetas, enviados para endireitar os caminhos, apontando para a vontade de Deus e alimentando a esperança da chegada do Messias.
O Apóstolo São Paulo, que não cessava de orar pelas suas comunidades (Cf. Cl 1, 9-13), recomendava a erguer mãos santas, sem ira nem contenda, fazendo súplicas, orações, intercessões, ação de graças, por todas as pessoas, pelos reis e pelas autoridades em geral, em vista de uma vida calma e tranqüila, com toda a piedade e dignidade, coisa boa e agradável a Deus, nosso Salvador. Ele sabia que Deus quer que todos sejam salvos e cheguem ao conhecimento da verdade. A todos fazia voltar os olhos para aquele que é o único mediador entre Deus e a humanidade: o homem Cristo Jesus (Cf. I Tm 2, 1-8).
No correr dos séculos, também o povo do novo Israel de Deus, conquistado no mistério pascal de Jesus Cristo, continua chamado à oração. No tempo que é nosso, aqui em Belém do Pará, vivemos uma oportunidade inigualável para o aprendizado da oração. Vi muitas mãos erguidas, abençoei em nome do Senhor mãos calejadas pelo trabalho, mãos suplicantes de detentos que as estendiam por entre as grades das prisões. A linguagem eloquente das mãos gritava junto da corda do Círio, ou exultava no final dos esforços feitos, sabe Deus com quantas promessas escondidas ou agradecimentos que ficarão no segredo dos corações.
Durante o Círio, lembrei-me de uma versão livre do Salmo 64, que soa assim: "Vou cantar, entoar um canto novo, vou sair, chamar o povo pra louvar, aleluia! Assim toda criatura: nossa terra, sol e lua vão louvar e cantar. Se alguém te louva em silêncio, tu acolhes, ó Senhor, sua oração. Se alguém entoa um canto novo, tu acolhes, ó Senhor, sua canção. É feliz quem em ti fez a morada, vida nova, outra casa pra ficar, aleluia! Tu preparas mesa farta e alimentas pra jornada dando amor, luz e paz. O nascer de uma aurora radiante vai dourando a cada instante os trigais, aleluia! E os pequenos e sofridos, nos teus braços acolhidos, vão louvar e cantar."
Nossa Igreja quer ser como os dois homens que sustentaram Moisés em oração, dizendo a todos os que clamam do mais profundo de suas angústias que a oração vale e chega ao coração de Deus! Com os mais diversos grupos de Igreja que entraram na escola da Oração, como o Apostolado da Oração, a Renovação Carismática Católica e a surpreendente e promissora novidade dos últimos anos chamada Grupo de Oração do Terço dos Homens, ao lado de outras realidades igualmente orantes de nossa Igreja, queremos assumir o compromisso da intercessão recomendada por São Paulo, rezando uns pelos outros, não só no Círio, mas continua e incessantemente. E com a Virgem orante de Nazaré, queremos dar graças continuamente ao Pai do Céu, por Cristo, nosso Senhor e Salvador.
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